terça-feira, 22 de dezembro de 2009
MixTape Eazy Kaos A Trajetória [1999 - 2009]
Essa mixtape tem o intuito de compilar minhas principais participações nos trabalhos de vários grupos nesses últimos 10 dos meus 20 anos de carreira.
As faixas foram mixadas por mim e em breve colocarei na rede a versão Screwed & Chopped. A capa foi feita pelo Mandrake (Rap Nacional)
Tracklist:
01. Eazy Kaos - Game Recognize Game (Conexão SP/TX) part. Highside Coalition
02. Thug Black - Pro Que Der e Vier part. Fex Bandollero & Eazy Kaos
03. Filosofia de Rua - 100 Justiça, 100 Paz part. Pacheco & Eazy Kaos
04. Cabal - Sangue Bom do Lado part. Eazy Kaos
05. D.W.N. - Conexão Sul-Oeste part. Eazy Kaos, Pacheco & Erick12
06. Eazy Kaos - Nascido Em 24 de Setembro (Remix Não Oficial)
07. Don King - Guerreiros da Última Hora part. Eazy Kaos, Tate, Ricco & Pacheco
08. R.P.W. - C.C.O. part. Fex Bandollero, Ricco, DJ Paul, Pacheco, Trícia & Eazy Kaos
09. Eazy Kaos - Oasis
10. Cabal - A Caminho da Guerra part. Fex Bandollero, DG, Eazy Kaos, P. Rima, Erick12, B. Dog, Sooblime & Xandão
11. F.A.$. a.k.a. G-nocidaz - Não Existe Amanhã part. Marrom
12. Armagedon - Som Pa Patrão Escutar part. MCH & Eazy Kaos
13. Vigilantes MC's - Tipo 1 Choque part. Eazy Kaos & Erick12
14. Eazy Kaos - 6 Naum Taum Prontu Pra I$$u
15. F.A.$. a.k.a. G-nocidaz - Amor, Dinheiro & Poder
16. Fex Bandollero - Da Mia, Da Pala part. Eazy Kaos & Leka
17. Erick12 - Tony Montana part. Fex Bandollero, P. Rima, Eazy Kaos & Cabal
18. Eazy Kaos - Lado Bom part. R. Lucas
DOWNLOAD
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
A Espera acabou ... Vem aí Dexter &Convidfados
A ano já está quase chegando ao fim. Mas, 2009 não poderia acabar sem o lançamento de um dos mais esperados discos dos últimos tempos. Ainda essa semana vai estar nas lojas o álbum Dexter & Convidados.
O disco foi gravado em abril, num grande show na Quadra da Peruche, em São Paulo/SP. Para a gravação Dexter reúniu grandes nomes que participam com ele nesse trabalho, GOG, Mano Brown, Thaíde, Paula Lima, Fernandinho Beatbox, entre outros.
O disco Dexter e Convidados traz ainda a versão ao vivo de duas músicas consagradissimas do rapper, Oitavo Anjo e Saudades Mil. Duas músicas inéditas, Click Clak e Como vai seu mundo?, completam o tão esperado disco. Sendo que o som Como vai seu mundo? já está tocando na Rádio 105 FM.
Dexter está lançado o novo álbum de forma independente, através do seu selo Alta Voltagem Fonográfica. Em breve, o cd vai estar disponível para venda na Loja do Portal Rap Nacional.
Ouça:
Dexter manda notícias sobre o cd...
Fonte: Assessoria de Imprensa / Reviravolta Máfia
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
A primeira festa de RAP do ano de 2010
A primeira festa de RAP do ano de 2010 | |
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Ndee Naldinho lança múscia com Art Popular
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sábado, 28 de novembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
GANHADORES HUTUZ 2009
Melhores grupos ou artistas solo Gospel da década
Ganhador - Ao Cubo
Segundo Lugar - Dj Alpiste
Terceiro Lugar - Apocalipse 16
Melhores produtores Musical da década
Ganhador - Erick 12
Segundo Lugar - Rafa
Terceiro Lugar - KL Jay
Melhores Crew’s de Break da década
Ganhador - Die Hard Crew
Segundo Lugar - DF Zulu Crew
Terceiro Lugar - Athos Crew
Melhores DJ’s da década
Ganhador - DJ CIA
Segundo Lugar - DJ Hum
Terceiro Lugar - KL Jay
Melhores Grupos ou Artistas Solo Feminino da década
Ganhador - Visão de Rua
Segundo Lugar - Nega Gizza
Terceiro Lugar - Negra Li
Melhores do Graffiti
Ganhador - Ment
Segundo Lugar - Anarkia
Terceiro Lugar - Graphis
Melhores Demos Masculino da década
Ganhador - OBando
Segundo Lugar - ADikto
Terceiro Lugar - Rafuagi
Melhor Grupo Norte Nordeste
Ganhador - Costa e Costa
Segundo Lugar - Comunidade da Rima
Terceiro Lugar - Rapadura
Melhores Revelações da década
Ganhador - Atitude Feminina
Segundo Lugar - Inquérito
Terceiro Lugar - Sabotage (in memorian)
Melhores Demos Feminino da década
Ganhador - Lívia Cruz
Segundo Lugar -Nega Gizza
Terceiro Lugar - Afro Nordestinas
Melhores Álbuns da década
Ganhador - Dos barracos de madeira aos palácios de platina – Realidade Cruel
Segundo Lugar - Provérbio 13 – 509-E
Terceiro Lugar - Declaração de Guerra – Mv Bill
Melhores vídeo clipes da década
Ganhador - Rapping Hood
Segundo Lugar - Brasil com P - GOG
Terceiro Lugar - Soldado do Morro – Mv Bill
Quarto Lugar - 4 Vida Loka 2
Melhores Músicas da década
Ganhador - Gog
Segundo Lugar - DMN
Terceiro Lugar - MV Bill
Quarto Lugar - Racionais
Melhores Grupos ou artistas solo da década
Ganhador - Facção Central
Segundo Lugar - Mv Bill
Terceiro Lugar - Racionais Mcs
Quarto Lugar - Sabotage
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Filhos ! Nova musica de trabalho do Grupo AO CUBO
Salve irmãos e irmãs
Estou aqui para divulgarem o Myspace do grupo Ao Cubo que já tem musica nova por lá . A musica se chama filhos escrita pelo Cleber e interpretação também da Dona Kelly .
Desce a barra de rolagem é a ultima musica
http://www.myspace.com/aocubo3
20 de Novembro : Dia da Consciência Negra
Em um país como Brasil que foi o ultimo a abolir a escravidão,em 1888, um regime escravocrata que durou 350 anos, ter um feriado da Consciência Negra é um grande avanço, na luta contra o racismo que ainda assola a sociedade brasileira. A data de 20 de Novembro não foi escolhida por acaso ela foi transformada em Dia Nacional da Consciência Negra pelo Movimento Negro Unificado em 1978 é uma homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado em 20 de novembro de 1695. Zumbi dos Palmares foi um herói brasileiro é o maior ícone de resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Ele deixou para todos nos o exemplo de coragem e determinação, nunca mediu esforços lutou e morreu por uma causa, a Liberdade do Povo Negro.
Engana-se quem pensa que a luta acabou. Pelo contrário, os ideais de Zumbi permanecem mais vivos do que nunca. Pois a escravidão foi extinta no Brasil faz 121 anos e a situação do povo negro continua lastimável.
A população negra brasileira continua vivendo as margens da sociedade, excluída de poder usufruir seus direitos perante o Estado. Os negros foram obrigados a se refugiarem nas favelas, morros e vielas que se tornaram as Senzalas do Novo Século. E, continuam a serem perseguidos e exterminados pelos órgãos de repreensão do Estado, os capitães do mato agora andam fardados .O senhor da casa grande agora são os capitalistas, donos e monopolistas dos meios de produção.
Os dados são assustadores! Um adolescente negro tem 2,6 mais chances de ser assassinado do que um adolescente branco, é o que revela um estudo divulgado em julho/2009 pelo Observatório de Favela, Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Republica , Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Laboratório de Analise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
O estudo aponta ainda de que mais de 33 mil e 500 adolescentes brasileiros serão assassinados em um período de sete anos, que vai de 2006 a 2013. Pela primeira vez o índice de Homicídios na Adolescência (IHA) no Brasil, que mede a probabilidade de um adolescente ser assassinado, revela que o valor médio brasileiro é de 2,03, ou seja, de cada mil adolescentes, 2,03 serão vitimas de homicídios antes de completar 19 anos.
Em geral o adolescente assassinado é homem, negro e tem baixa escolaridade. Em todos os indicadores, os negros estão em desvantagens, são eternas vítimas de uma estrutura racista, exploradora e capitalista.,
É inadmissível aceitar que essa situação de exclusão e extermínio da população negra continue. É preciso de uma vez por todas ser rasgado o véu do mito da “Falsa Democracia Racial” que a sociedade elitista, burguesa, racista, que comanda esse país usa para tentar esconder o que esta tão evidente.
Não há outra saída . O povo brasileiro precisa se posicionar e se fazer ouvir.Chega de assistirem calados e de braços cruzados a esse genocídio da população negra. Quantos mais precisam morrer para que algo seja mudado? Quantas gerações mais serão perdidas para as drogas e para o crime, por falta de oportunidades que são simplesmente negadas pelo Estado, pela sociedade como um todo.
Esta na hora do Brasil começar a pagar sua enorme divida com a população negra, medida de políticas publica como Cota nas Universidades Publica, Mercado de Trabalho, Estatuto da Igualdade Racial, Programas Assistências a famílias carentes, são grandes conquistas mais não resolvem definitivamente o problema. A pirâmide da exclusão precisa ser derrubada, a sociedade brasileira precisa renascer baseada nos princípios das Igualdades de Direitos, essa igualdade não pode ficar somente no papel como é o caso da Constituição ela precisar ser colocada em pratica,
O direito a Cidadania precisa ser colocado em pratica, então 20 de novembro é mais do que um dia de festa para homenagear Zumbi é um dia de Luta, para deixar bem claro que a guerra ainda não foi ganha, e que enquanto você esta lendo essa reflexão, em algum lugar no Brasil um irmão negro está sendo discriminado ou assassinado.
A Revolução começa dentro de cada um de nós, que a chama de Zumbi permaneça acessa dentro de cada um, e que cada irmão consiga passar para o outro a idéia de não conformismo. Não se conforme com essa situação de exclusão, tenha orgulho da cor da sua pele, mesmo que o inimigo diga que ela é feia, mostre pra ele que feia é a consciência racista dele. E lute pela nossa Consciência Negra, não somente no dia 20 de novembro mais em todos os dias de sua vida.
Faça valer o sangue derramado de Zumbi dos Palmares, Dandara ,Anastacia .e tantos outros guerreiros, que morreram causa maior A Liberdade.
Texto: Paula Farias
Fonte: Assessoria Rap Nacional
sábado, 7 de novembro de 2009
Pregador Luo prepara seu DVD para dezembro de 2009
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FC no lançamento do Esquadrão Sonoro
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
NA MESMA TECLA é a música inédita do A286
"A286 “NA MESMA TECLA” mais verdadeiro e sincero que nunca, sem previsão de mudar uma vírgula, pois enquanto houver injustiça social em relação ao pobre, enquanto houver sangue pra limpar, velório pra chorar, gambé pra nos matar, juiz pra nos condenar, pulso pra algemar, escravidão pra acabar, história pra enganar, féto pra abortar, tirania pra democratizar, fila pra esperar, paz pra sonhar, lei pra burlar, bomba pra detonar, guerra pra cessar, socorro pra gritar, esperança pra alimentar, opinião pra mudar, doença pra curar, dinheiro pra roubar e o homem pra errar, dizimar e matar. Ainda tem e sempre terão os sinceros pra denunciar, o RAP verdadeiro, sem moralismo e dogmas, enfim enquanto houver motivo, A 286 será a voz do exército dos excluídos !!!" - Moysés - A286
DOWNLOAD:A286 - Na Mesma Tecla
sábado, 24 de outubro de 2009
Honra - Familia LDR
Salve familia!
Hoje é o lançamento do mais novo trabalho do grupo FAMILIA LDR (Lokos Da Rima) com o single "Honra", onde o mesmo foi produzido pelo Dj Caíque, contendo a participação do Doncésão. O som está muito bom, vale a pena conferir...E a VANGUARDA DO RAP NACIONAL juntamente com o ESCRITA HIP HOP fez uma pequena (Só para ilustrar essa nova jornada do LDR) com o Jóta LDR, e em seguida o link desse ótimo trabalho.
VdRN & EHH - A Cultura Hip Hop é uma forma de reação a violência sofrida pelas classes menos favorecidas, é reivindicação, você acham que a cultura esta perdendo esse essência?
Jóta LDR - Ótima pergunta. Que está perdendo a essência é notório, falo isso sem medo nenhum dos guardiões do templo "R.A.P", mesmo por que também sou um deles rs. A questão é, aonde estão as leis do hip hop? o bambata as tem? por que eu nunca ouvi falar nada oficialmente. Eu respeito a essência, sei como tudo começou, luto pela raiz desse movimento, mais não posso dizer que quem faz outras vertentes esta errado (Quem pode?). Ja passei da fase de criticar os aventureiros, ou os "reinventores" do hip hop. Antes de tudo pregamos a liberdade, o direito de ir e vir. Que assim seja no hip hop. Tem uma rima que eu escrevi a um tempo, só falta achar o som certo para encaixa-la. "A gravadora manipula até o flow do infeliz, mais enquanto eu tiver vivo existe rap de raiz" (Isso por que eu parei de criticar (hahaha)
VdRN & EHH - Podemos dizer que o Rap anda lado a lado com o crime devido ser um estilo das ruas e relatar uma realidade triste das periferias, consequentemente se torna um estilo musical muito complexo.
Vocês acham que o Rap pode ser interpretado de forma errada por adolescentes/crianças, e
assim leva-los para o caminho do crime ou das drogas? Se sim, como mudar isso?
Jóta LDR - Sem dúvida, a interpretação é livre né, irmão? Do meu estúdio a minha intenção é tirar os moleques do crime, da vida bandida, faze um som mostrando a "real realidade" como isso vai chegar no barraco dele é outra fita. Um exemplo é a música eu sou 157 do racionais. Ali fica claro, vai pro crime? se fodeu, é um caminho sem volta uma hora ou outra se vai rodar. O Brown deixo bem clara a idéia. Ja nas ruas cansei de vê moleque pagando de bandido, achando bonito se ladrão e cantando o refrão do som. Agora como eu vo muda isso a partir do momento que nada é unânime? aquilo que eu quero passa nem sempre é o que você vai assimilar.
VdRN & EHH - Para um grupo novo de Rap gravar um CD e divulga-lo é uma tarefa muito dificil, muitas vezes impossível. O que falta para que talentos da periferia, não apenas do rap, não sejam desperdiçados e assim sugados para o crime?
Jóta LDR - Vi uma matéria há alguns anos que conta a história do sabotage, onde o hood e o sandrão (Mais alguns manos que me falha a memória agora) descobriram ele e foram no barraco dele conhece-lo. Depois disso ja viu né? "Oportunidade" mano. O sabotage gravo um dos discos mais fodas da história do rap morando no meio do lixo irmão. Não preciso cita o Dexter que gravou um disco influente pra caralho diretamente de um cubículo dentro do Carandiru. Me diz quantos Ronaldinhos deve ter espalhados pelos campos de terra das favelas? Quantos tupac’s trancados nos sistemas penitenciários? Quantos zecas nas rodas de samba de boteco? Nessas horas aonde ta o Luxemburgo? Aonde estão os Produtores? Enfim vários talentos espalhados que ninguém sabe, ou até sabem porém alguns preferem gravar afilhados "sem o dom'' do que dar oportunidades pra "talentos" ocultos.
VdRN & EHH - Sabendo que vocês são fãs assumidos de Tupac Shakur, digam, o que um jovem que foi morto com 25 anos de idade mostrou para o mundo com sua letras violentas e sua personalidade forte?
Jóta LDR - Sou suspeito pra fala de Pac, acho ele o rapper mais influente de todos os tempos. Não vou nem citar o pioneirismo em diversos aspectos. O que ele mostrou para o mundo é que "você pode mano" ele mostrou para o mundo " que o mundo é nosso"
VdRN & EHH - Nós tivemos a oportunidade de receber esse single em primeira mão, e nele tem a seguinte passagem “Lealdade vem primeiro, antes de status e dinheiro...” Baseando-se na finalidade de obter apenas o dinheiro com o RAP, o que você acha de grupos que fazem o chamado “Rap Comercial”?
Jóta LDR - Se a finalidade do Rapper/Grupo for fazer a música apenas por dinheiro, pra mim não tem diferença nenhuma o cara faze rap comercial e rap de protesto. Eu vou respeitar mais um mc comercial que faz por amor, do que um revolucionário de cachê(E olha que tem vários). Eu Jóta, a LDR faz rap de raiz e de protesto sem ganha nada com isso, a diferença é que não fazemos o sofrimento se tornar demagogia. Deus me deu a oportunidade de fazer RAP POR AMOR COM AMIGOS, e entre a gente a nossa LEALDADE ta acima de qualquer estatueta.
VdRN & EHH - Qual a diferença do antigo para o mais novo Familia LDR?
Jóta LDR - Evolução musical e profissionalismo mano.Esses 3 anos sem por nada na rua me fez evolui muito. Ouvi com atenção todo tipo de rap, ouvi muita musica mano, musica de verdade. Eu aposto muito em trabalhos como esse EP da LDR, como os trampo da Família GNA e meu mano Branco tipo A de goiania. Por que são rappers que falam da rua, mantem a essencia com evolução. Não é só rima em cima da batida com voz de mal e pose de bandido. Existe melodia, existe métrica, levada.
VdRN & EHH- O Rap realmente está evoluindo, está crescendo...Ou esse número são só de Mc's virtuais? Como você analiza essa questão de termos tantos grupos mas ao mesmo tempo pouco espaço?
Jóta LDR - O hip hop é um fogão. A panela de pressão uma hora explode.
VdRN & EHH - Existe regra no Rap?
Jóta LDR - No meu existe. Ou escreve a SUA verdade ou vire um clone de suas influências. Caso você fique com a segunda opção nem me chame pra toma uma breja.
VdRN & EHH - Espaço aberto fiquem a vontade.
Jóta LDR - Um salve pra toda família que acompanha os trabalhos da LDR a todas as pessoas que encaram o hip hop com profissionalismo e seriedade. Um salve pra Vanguarda e pro escrita, valeu pela oportunidade [Sem mais salves por que o pânico não me paga nada rs). Ouçam o SINGLE HONRA, propaguem a idéia de LEALDADE na FAMÍLIA, seja ela de sangue ou não. Dinheiro é só ego, ego é só individualismo, e o único lugar que você vai sozinho é pro tumulo...
Para escutar esse ótimo trabalho da Familia LDR, com produção do DJ Caíque e participação do Doncesão, CLIQUE AQUI
"...Estamos em uma época em que varios mc´s falam de transição no movimento Hip Hop e principalmente no RAP. Varios grupos e mc´s mudando radicalmente seus estilos se sujeitando as novas tendências, tanto por status como pela busca do tão almejado dinheiro. Enquanto isso acontece, você ve amizades sendo contestadas, condutas reveladas e verdades vindo a tona como um soco na boca do estomago de quem as protagoniza.
No meio disso tudo surge o SINGLE "Honra". Espírito de família, filosofia Corlleone, Lealdade, Orgulho, Princípios.
Em “Honra” os Mcs Jota, Roko e Vh2 travam um paralelo sobre a relação entre a família LDR com a máfia italiana. As diferenças de ofícios são bem claras, assim como as de cifras bancárias e de localização geográfica.
Entretanto, a criatividade dos Mcs faz a comparação de modo original, expondo um pouco do estilo de vida desses moradores do Lauzane Paulista, exaltando alguns dos princípios que são comuns as duas “famílias”. Todo esse pensamento é perfeitamente traduzido em cima de mais um beat incrível produzido pelo DJ Caíque." - Por JÓTA LDR.
Comunidade do single "Honra" CLIQUE AQUI
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
NOVO CD DO AO CUBO EM BREVE
Estamos em fase de finalização músical e arte gráfica, trabalhando intensivamente para que o novo CD chegue em meados de novembro nas lojas.
Nesse novo CD você encontrará diversas participações mais do que especiais, como: André Valadão, Netinho de Paula, Planta & Raiz, Soraya Moraes, Pregador Luo, RZO, Expressão Ativa, DMN, GOG, Dom Pixote, Dexter, André Santos (Seleção Brasileira de Futebol), Serginho (Seleção Brasileira de Voley), Oscar Schimidt (Ex Seleção Brasileira de basket).
Esse CD terá como título: "Um por todos"
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
DIA 24 DE OUTUBRO É O DIA ,........
Dia 24 de outubro o grupo "FAMÍLIA LDR" (Lokos Da Rima) estarão lançando o single "Honra" referente ao mais novo trabalho que está por vir.
Nada melhor que o próprio grupo falar a respeito desse novo trabalho...
"Então irmão, estamos na produção do nosso EP, ele virá com 7 faixas, TODAS elas produzidas pelo DJ CAÍQUE (360 graus). Um EP (extended play) é o nome dado a uma gravação em vinil ou CD que é longa demais para ser considerada um compacto (singles) e muito curta para ser classificada como álbum. Normalmente, um álbum tem oito ou mais faixas e tem duração variando entre 30 e 60 minutos; um single tem uma ou duas faixas e uma duração típica de 5 a 15 minutos; um EP tem entre quatro e oito faixas e duração de 15 a 35 minutos. Alguns artistas preferem chamar os EPs de mini-álbuns para dar um significado maior ao seu trabalho ao invés de ser classificado apenas como mais um aditivo em sua discografia..." Falou, Jóta LDR.
Para quem admira o trampo da LDR e ja conhece muito a respeito, terá agora a oportunidade de acompanhar mais um ótimo trabalho e com sua nova formação, com o Nés e o Roko.
"O EP contará com 4 participações, só que ainda não posso adianta-las devido a estratégia de marketing hahahaha. Logo mais vocês vão conferir as surpresas. Prefiro não adianta-las por que sei que todos vocês irão se surpreender com a qualidade deste trabalho. Minha empolgação vai além do meu ego por que este é um trabalho completamente profissional, o Dj caíque é um monstro nas produções. é focado e rígido. Gosto de trabalhar com pessoas que sempre buscam a perfeição. Os temas abordados continuam o nosso cotidiano. Porém com mais técnica, mais inovações em termos de flow e muita seriedade. " Completou, Jóta LDR.
Esta canção eu dedico aqui em primeira mão a todos os Resistentes, aos guerreiros que se mantiveram intactos em meio as transições da vida. Aqueles que se orgulham de suas condutas, a quem honra seus irmãos e sua família. Aos favelados legítimos que nunca se envergonharam do que são. Este single eu dedico a todas as pessoas que sabem o SIGNIFICADO DA PALAVRAS "HONRA (JÓTA LDR)
Video Promo - 24 de outubro lançamento do single "Honra"
CONFIRAM!
Link da comunidade da Família LDR no orkut
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=28786282
terça-feira, 6 de outubro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
NOVO SOM PREGADOR LUO
O rapper Pregador Luo, do Apocalipse 16, compôs a música tema do campeonato de MMA (Vale-Tudo) Eagle Fighting Championship que acontece em Guarulhos/SP, no próximo dia 26.
Luo lançou recentemente o CD Música de Guerra – 1ª Missão, que contém os temas de entrada de grandes lutadores brasileiros de MMA, como Vitor Belfort, Anderson Silva, Pedro Rizzo, Maurício Shogun Rua, Thiago Silva, Jorge Patino Macaco, Gesias Cavalcante, Rafael Feijão, Cosmo Alexandre, Rogério Minotouro, Lyoto Machida e Wanderlei Silva.
Devido a toda experiência do rapper e sucesso de seus temas anteriores ele foi convidado pelos organizadores do Eagle FC para desenvolver a faixa tema do evento. E o Portal Rap Nacional traz para você esse som inédito do Pregador Luo.
DOWNLOAD:
EAGLE_FC THEME_ - Pregador Luo
Saiba onde o Pregador Luo vai fazer show:
16 DE OUT-RIO DE JANEIRO-RJ
23 DE OUT-MANAUS-AM
31 DE OUT-MACAPÁ-AP
13 DE NOV-FLORIANÓPOLIS-SC
14 DE NOV-RECIFE-PE
21 DE NOV-OURO BRANCO-MG
05 DE DEZ-SUMARÉ-SP
08 DE DEZ-PORTO ALEGRE-RS
Para saber mais sobre o evento entre no site:
http://www.eaglefc.com.br/
Para saber mais sobre Pregador Luo:
www.7tacas.com.br
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
ENTREVISTA DETENTOS DO RAP E MP3 PARA DOWNLOAD
PORTAL RAP NACIONAL: Qual a atual formação do detentos do Rap ?
Mano Reco: Daniel Sancy, Mauricio DTS, DJ Colina e Mano Reco.
R.N.: O Mano reco saiu ou continua no Detentos ?
Mano Reco: Continua. Fiz um combinado com os manos que voltaria desde que eu pudesse falar sobre a realidade que vivo hoje, que é o evangelho. Os manos sem demora aceitaram, e a grande prova disso é o novo CD, um disco que tivemos o cuidado em não perder as idéias, porém com mais consciência humana e social.
R.N.: Mano Reco chegou a sair do Grupo?
Mano Reco: Sim. Quando me converti, comecei a trabalhar em prol de minha carreira solo, na produção do meu CD "A verdade dói mais liberta" e um DVD de documentário, onde pude contar com participações de muitos nomes do rap nacional circular e gospel, além de um amigo do samba, o Salgadinho. Estes trabalhos me proporcionaram a felicidade de passar para o meu público como Deus pode mudar nossa vida para melhor. Seria contraditório compactuar com as idéias do disco Deus do Morro, por isso optei em ficar de fora.
R.N.: Mano Reco deixou sua carreira solo para se dedicar apenas aos Detentos?
Mano Reco : Não, pelo contrario minha carreira solo é uma forma de evangelizar, através de meus shows, palestras, CD ("A verdade dói mais liberta") e meu DVD ("Cada luz uma historia" ), mas consigo conciliar muito bem. Quando não estou fazendo shows com Detentos, caio na estrada com a jornada (minha banda).
R.N.: Qual será o nome do novo disco do grupo e quando estará nas lojas?
Mano Reco: O Titulo do novo trabalho é O Juiz + justo é o tempo, estará nas lojas a partir de outubro, mas a galera já pode desfrutar o novo trabalho através das músicas que estão no CD promocional será um presente para quem comprar o ingresso antecipado para o show que acontecerá dia 10 de outubro em Osasco.
R.N.: Quem está produzindo o CD e quem vai participar ?
Mano Reco: A produção fica por conta do DJ Dri (Metralhas) , que tecnicamente fez do CD um trabalho de primeira grandeza. O estúdio 1dasul também proporcionou tecnologia para que o trabalho ficasse perfeito.
As participações são surpresa, rs. Mas vou contar só uma delas... Facção Central. (Donwload aqui no Portal Rap Nacional)
R.N.: Vocês têm medo do rumo que o rap nacional possa tomar no futuro? R.N.: O que mudou na personalidade do grupo desde o seu inicio até hoje? R.N.: Existem milhares de grupos de rap, espalhados pelo Brasil, que sonham em gravar um disco e fazer sucesso. Só que o sucesso chega para poucos. Qual recado você deixa para esses grupos? R.N.: As grandes mídias, principalmente emissoras de televisão, aos poucos vem utilizando o rap na programação. São personagens de novela, mini-séries, entrevistas, entre outras formas. Você acha que isso pode ajudar ou prejudicar o rap nacional? R.N.: O que o pessoal vai conferir no show de pré-lançamento do Detentos do Rap ? R.N.: Como contratar o Grupo? R.N.: Quem comprar um ingresso ganha um cd promocional, é isso? R.N.: Qual a importância do Portal Rap Nacional como veiculo de comunicação do nosso RAP?
Mano Reco : Não, tudo tá no controle de Deus. Mais a conseqüência dos erros, vamos pagar.
Mano Reco : Acho que a principal mudança foi a consciência da responsabilidade que um microfone nos dá. Ao passarmos a informação através de nossa música, somos responsáveis por nossos atos. O artista precisa ter consciência de que é um formador de opiniões e que a moleca não é boba, eles sabem quem é quem, não adianta passar uma idéia se ela não bate com nossas atitudes. Nesse ponto amadurecemos de mais.
Mano Reco: Tudo na vida tem um começo meio e fim, com uma carreira não é diferente, se pular o início quando chegar no fim terá que voltar ao começo novamente , digo isso porque aconteceu comigo, foi difícil superar mais eis me aqui, fortalecido.
Mano Reco: Se as oportunidades forem dadas à quem pensa, sabe falar e luta por respeito a nossa música, será uma vitoria para o rap, porém se colocar gente despreparada, será novamente uma tragédia e voltaremos a ser marginalizados.
Mano Reco: Vai ver um Detentos mais experiente, estruturado e uma produção artísticas nunca vista no rap. É só chegar e conferir.
Mano Reco: 11. 3253.3843, na Vocal Musical.
Mano Reco: Isso mesmo.
Mano Reco: Acho que a internet hoje é um principal canal de divulgação do rap. É onde o moleque que não tem condições de gravar seu CD consegue mostrar seu trabalho. É onde o fã que está em qualquer canto do mundo pode encontrar as novidades dos grupos, as músicas, os eventos... A grande prova disso é o sucesso e a repercussão do site Rap Nacional. Um site que tem contribuído com a divulgação do rap, a prova disso são seus 16 mil de acessos diário, de jovens em busca da informação da cultura Hip Hop.
DOWNLOAD:
Testemunho - Detentos do Rap
Eu, Deus e meu Fuzil - Detentos do Rap (part. Facção Central)
Depois que os olhos fecham - Detentos do Rap
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Video Clipe Vigilantes M´cs
VIGILANTES MC'S - VIDEO CLIP OFICIAL
Assista o video clip oficial do grupo Vigilantes Mc's -"Última chance". O vídeo conta com a performance do pequenino Cauan(05 anos), que recebeu do público o título de "O menor rapper do Brasil".
Vigilantes MC's - Última Chance(Video Oficial)
Vigilantes MC's - Última Chance(Ao Vivo)
Tendo seu pai Júnior como mentor e fonte de inspiração, o jovem Cauan vem demonstrando toda sua garra e carisma, realizando diversos shows com o grupo.
Recentemente, Cauan apresentou-se em rede nacional, garantindo a audiência dos programas por onde passou.
Confira aqui, e aqui os trechos dos programas.
*Assessoria de Imprensa / Reviravolta Máfia
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
V.A.D.I.O
Confira:
V.A.D.I.O, participando vários de São Paulo - "SPSP"
*Assessoria de Imprensa / Reviravolta Máfia
1º ATO CONVIDA .....
Salve familia!
Dia 28/11/09 (Sábado) terá um show de lançamento do CD do nossos parceiros do grupo Primeiro Ato. Show que conterá além do mesmo, A286, Facção Central, Inquérito e muito mais. Fiquem ligados e adquira o seu cd original e fortaleça o nosso Rap Nacional.
Paz!
Acessem também o site do grupo, CLIQUE AQUI
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Grupo: Gueto 21 Letra: Ei preta Autor: Shakal
Ei preta não chore. Eu amo você
Eu sei que a vida não tá fácil. E o que eu posso fazer
São tantas correrias noite e dia e depois
Acaba não sobrando um tempo pra nós dois
Eu ando meio abatido e você também
E nós ralamos o mês inteiro e a grana não vem
Mas não perca a fé, é preciso acreditar
Pois pode demorar, mas nossa hora vai chegar
Eu sempre procurei um dia encontrar
Uma mulher de verdade, só não podia imaginar
Que minha vida ia mudar, assim tão de repente
E eu que sempre fui um cara independente
Agora até pareço um moleque inseguro
Quase desesperado preocupado com futuro
Meu mundo era confuso até você aparecer
Mas tudo fica tão claro quando estou com você
Eu sei que não é fácil de se suportar
Eu sei mais nunca tarde pra recomeçar
Na vida tudo muda, tudo passa
E não há nenhum motivo pra desanimar
Eu sei que não é fácil de se suportar
Eu sei mais nunca tarde pra recomeçar
Na vida tudo muda, tudo passa
E por mais que a paz esteja longe eu sei que vamos encontrar
Ei preta me desculpe se eu te faço sofrer
Eu sei que eu te cobro, mas procure entender
E hoje em dia a vida não anda mole pra ninguém
E se as vezes exagero é querendo o seu bem
Brigas são naturais em qualquer relacionamento
Mas a gente sempre aprende nos erros e nos acertos
Você conhece meus defeitos e meus segredos também
E ninguém sabe te fazer feliz assim com eu sei
E com você eu aprendi que viver faz sentido
E só você sabe como controlar meus instintos
E o que sempre procurei, agora eu sei que encontrei
E confesso que é bem melhor do que eu imaginei
Eu gosto do seu jeito e tudo que você faz
E nos momentos de angustia você me traz a paz
E por mais e eu negue eu não consigo esconder
Por que todos os caminhos sempre me leva a você
Eu sei que não é fácil de se suportar
Eu sei mais nunca tarde pra recomeçar
Na vida tudo muda, tudo passa
E não há nenhum motivo pra desanimar
Eu sei que não é fácil de se suportar
Eu sei mais nunca tarde pra recomeçar
Na vida tudo muda, tudo passa
E por mais que a paz esteja longe eu sei que vamos encontrar
Um lugar pra gente ser feliz
Do jeito que eu sempre quis
Onde nada fique entre eu e você
Se eu pudesse eu te daria o céu e as estrelas
Se eu pudesse eu te daria uma vida de princesa
Construiria um castelo pra gente morar
Estenderia um tapete só pra você passar
Te encheria de presentes, roupas e jóias
Ouros e diamantes só grife da hora
Mas Deus me fez assim inimigo do mundo
E a nossa relação é tipo a dama e o vagabundo
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
RACIONAIS CD NOVO EM NOVEMBRO
Presente de Natal para os fãs: o novo CD do Racionais deve sair em novembro. A obra é tratada pelo grupo e sua produção sob pacto de silêncio. Os fiéis seguidores estão carentes de gravações desde 1.000 Trutas, 1.000 Tretas, de 2006, ao vivo. O novo CD deverá ser o sexto em estúdio.
Faixas, nomes e até arte de capa CD são mantidos como segredos militares. O Racionais é provavelmente o grupo brasileiro com o maior controle sobre a própria obra, e inspirou outros artistas, tais como Marisa Monte, a lutar pela posse e soberania das chamadas matrizes das gravações. O que significa, literalmente, o artista como proprietário de sua obra.
Mas o Racionais vai ainda mais longe. Além de controlar absolutamente tudo que grava e usa, de equipamentos a matrizes, também controla prensagem e distribuição dos CDs. Além de abastecer algumas lojas oficiais, reza a lenda, também fazem questão de facilitar a chegada do CD ao mercado ambulante. E a um preço muito mais em conta do que qualquer major sonhou oferecer (eis, talvez, o porquê da morte lenta dessas arcaicas corporações).
Contra a maré das estrelas da música mundial, que usam cada vez mais a internet para divulgar o trabalho, fugir da pirataria e, principalmente, vender músicas via download, o novo Racionais sairá somente em CD, a princípio. O grupo também não tem site ou blog oficial.
Diário de um talento
A carreira da maior banda de rap e hip hop do Brasil começou no final dos anos 80, na periferia de São Paulo. Em meados dos anos 90, as letras já haviam se transformado em evangelho para milhões de jovens, e seu ritmo sincopado também se virou objeto de culto imitado e reproduzido por outro grupos Brasil afora.
Em 2007, durante a terceira Virada Cultural, uma apresentação na praça da Sé terminou em tumulto e pancadaria indiscriminada da PM sobre a plateia. Dezenas ficaram feridos e houve depredação de lojas, bancas e bens públicos.
Mesmo sem ter culpa alguma no incidente (vá lá, tiveram uma hora de atraso, mas esse não foi o motivo, pois o público brincava, cantava e dançava, à espera do show), sobrou para o Racionais apontado (pela polícia) como o vilão. O resultado foi a punição da Prefeitura de São Paulo, que nunca mais convidou a banda para apresentações, em prejuízo do público.
Além do trabalho no Racionais, Mano Brown também lança artistas todos os anos, tais como Rosana Bronks, UTime e Sabotage, além de manter e integrar o projeto Big Bang Johnson (que tem ainda Ice, Du Bronks Pixote, Sandrão e Helião, entre outros).
Mano deu raríssimas entrevistas até hoje. Quando solicitado, geralmente indica KL Jay, o DJ do grupo e artista mais acessível do clã.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Eduardo (Facção Central)
Nome completo: Carlos Eduardo Taddeo.
Data de Nascimento: 24/08/75
Em que ano começou no Rap: 1989
RAP NACIONAL: Quais as novidades que o público pode esperar para 2009? É verdade que você está preparando um DVD e um livro? Conte um pouco sobre esses projetos.
EDUARDO: Atualmente, estou trabalhando apenas em um projeto literário. A obra já está na sua fase final de elaboração. Acredito, que em breve o público poderá conferi-la. O que posso adiantar a respeito, é que, como todas as letras que escrevi até hoje, a linha de denúncia, protesto e militância política e social, estará expressa de forma indelével em cada frase do meu livro. Os opressores querem nos entorpecer mentalmente com suas mentiras e nos destruir. O conteúdo do meu trabalho, virá com a missão de ser uma ferramenta de resistência a mais da favela. Uma espécie de segunda opinião sobre tudo que nos é exposto como verdade plena e irrefutável. Além de tentar é óbvio, inserir vários manos que nunca folhearam um livro, no mundo impar da literatura. Chegou a hora de todos compreenderem que o pm lê pra matar, que o juiz lê pra condenar, que o político lê pra dizimar o povo, não podemos mais nos dar ao luxo da ignorância e da desinformação. Sei que é muita pretensão da minha parte, tentar lutar contra órgãos públicos, contra substâncias tóxicas, como o álcool e o tabaco e contra a lavagem cerebral feita por meia dúzia de famílias que administram e comandam a comunicação brasileira, com um maço de papéis repletos de idéias não convencionais. Mas, se cada um fizer sua parte, manifestando sua repulsa ao atual quadro de barbárie que vivemos, já será um avanço muito grande. Em relação à parte musical, os manos que admiram meu trabalho podem ficar tranqüilos que existem vários planos sendo arquitetados. Asseguro, que diversas novidades estão a caminho.
R.N.: Você acredita que 2009 vai ser um ano forte para o rap nacional? Por quê?
EDUARDO: Quando analiso as atuais condições do rap nacional, sempre procuro fazer uma distinção entre a parte humana e o lado mercadológico. O lado comercial e empresarial, a exemplo de todos outros estilos musicais, sofre severamente as conseqüências nefastas da pirataria. Infelizmente, o rap nacional, além dos estragos causados pelas copiadoras de CD´s e DVD´s, ainda conta com outros problemas que impedem ou retardam a sua evolução. Por ser um grito de revolução saído da periferia, as nossas rimas carregam o estigma atribuído pela sociedade burguesa, de ser a música feita de bandido pra bandido. Não que eu não faça música pra bandido, pelo contrário, faço música pra bandido, pra dona de casa, pra estudante, pra viciado, pra trabalhador, pra presidiários, etc. Enfim, faço rap pra todos que vivem nas camadas mais carentes do Brasil. Não discrimino e nem seleciono as pessoas. Até porque, segregação é coisa de nazista e dos monopolizadores da riqueza nacional. Acontece, que na conotação do inimigo, música para bandido, significa apologia ao crime, e isso definitivamente eu não faço. Não sou nenhum otário usado pelo sistema pra arrastar meus irmãos para a sepultura. De qualquer forma, esse rótulo preconceituoso, faz com que não tenhamos o espaço que deveria ser nosso por direito em todos os grandes veículos de comunicação de massa. Pra completar, poucos dentro do movimento primam pela ideologia, pelo crescimento e pela profissionalização. É inacreditável pra mim, como profundo admirador do Hip hop, constatar que no ano de 2009, século XXI, ainda não temos rádios oficiais especializadas, programas televisivos de grande audiência, locais adequados para a realização de eventos, que acomodem o nosso público tão sofrido de forma segura e confortável, e por fim, é mais do que absurdo, não termos nem equipamentos musicais compatíveis com o valor de nossa cultura. Citei apenas alguns dos inúmeros problemas que visualizo na parte empresarial e comercial. Relatei rapidamente alguns dos nossos erros, que nos fazem mesmo depois de quase três décadas de rap nacional continuar aprisionados no amadorismo. É impossível prosperar, sem saber administrar! Mas, nem só de defeitos vive a nossa cultura. Em relação à parte humana (a que mais me dá esperança na imortalidade do movimento) é visível e notório o crescimento intelectual e musical de diversos rapper´s. A mesma tecnologia que nos trouxe a pirataria, nos trouxe também a possibilidade de nos informamos via internet, de produzirmos ótimos trabalhos em nossas casas. Hoje o rap vive esse dilema; Temos uma pá de valores indiscutíveis, mas no entanto, sem gravadoras e sem mercado. Por isso, como disse antes, como profundo admirador, adepto e defensor ferrenho dessa cultura chamada Hip Hop, torço muito e atuo para que 2009 seja um ano melhor do que foram os anos passados, mas, não posso fazer nenhum prognóstico.
R.N.: Você tem medo do rumo que o rap nacional possa tomar no futuro?
EDUARDO: Claro, que até uns anos atrás, eu vislumbrava um futuro bem mais próspero para o rap, do que aquele que se apresenta na nossa realidade musical atual. Mas, não temo o que virá pela frente, pois, o ser humano é muito capaz de se adaptar a situações adversas. Inclusive, essa foi à tônica da evolução das espécies, sobreviver e se adaptar ao meio ambiente, por mais desfavorável e implacável que ele se apresente. O que eu mais temo na cultura, por mais que eu seja partidário da liberdade de expressão, é a entrada e a proliferação de aventureiros. Daqueles mc´s de fim de semana, que fazem música por diversão (se podemos chamar de música), sem compromisso algum com os bairros invisíveis socialmente. Daquelas maquetes egocêntricas e mau acabadas de BIG e Tupac, que se preocupam apenas em fazer pose e cara de gangsta, sem mensurar a complexidade dos temas abordados e as conseqüências prejudiciais de suas palavras. Com uma letra eu posso salvar vidas ou posso devastar várias famílias. O microfone é uma arma e como toda arma deve ser portada e manuseada somente pelas pessoas que são preparadas.
R.N.: O que mudou na sua personalidade desde o seu inicio no rap até hoje?
EDUARDO: O rap surgiu na minha vida quando eu ainda era um pré-adolescente, em plena formação física e mental. Imaturo, sem senso crítico e analítico, eu estava debutando na compreensão da engrenagem sórdida da sociedade. Nessa época, eu estava começando a entender o significado de palavras como; desrespeito, individualidade, ódio, racismo, tortura e exclusão. Eu era apenas mais um menino, reflexo dos garotos das favelas, que admirava e se espelhava nos criminosos que ascendiam socialmente através da arma e do sangue de terceiros. O contato com o rap representou inicialmente a minha salvação. É mais do que certo, que inevitavelmente eu seria do crime, pois sempre fui inconformado com a minha condição financeira, fruto das falcatruas da alta sociedade. Desde cedo, algo em relação a isso já me incomodava. Eu não sabia dizer com palavras o que era, mas já sentia; era a sede de justiça social em ebulição no meu corpo. Continuando. O rap me resgatou, mas, ao mesmo tempo me fez crescer mentalmente de forma precoce. Enquanto os moleques da quebrada estavam preocupados em jogar bola ou empinar pipa, eu já formulava minhas guerras pessoais para mudar o mundo. Eu já era completamente frustrado e infeliz, pois já compreendia que solidariedade, direitos humanos, direitos individuais, liberdade de ir e vir ou liberdade de expressão, não passavam de propaganda enganosa. Sem o rap, eu me enquadrava no ditado que diz: A ignorância é uma dádiva! Depois de algumas doses de informação, um homem de verdade não consegue ser feliz sabendo as verdades podres do mundo. Posso afirmar, que o rap me trouxe princípios morais sólidos incomuns para a faixa etária em que eu me apresentava. E infelizmente incomuns para a periferia. Antes do rap, eu nunca tinha discutido sobre a luta de classes ou sobre a necessidade de políticas afirmativas relacionadas à questão do cidadão negro. Nunca tinha ouvido falar se quer a respeito de auto-estima, amor próprio, coletividade, unidade, segregação racial e social, guerrilheiros, regimes tirânicos, democracia e revolução. Com o passar dos anos e com as muitas experiências de vida adquiridas, eu fui regando mais e mais essa semente plantada no meu cérebro, pra que eu pudesse colher bons frutos e dividi-los com o povo. A cada nova letra que eu escrevia, minhas opiniões e pontos de vista estavam mais lapidados e fortificados. Pra comprovar o que eu digo, basta o mano ouvir do primeiro cd que eu gravei até o último. Verá que há um grande aprimoramento ideológico. No primeiro disco por exemplo é flagrante que compus focado em problemas mais ligados ao meu bairro, a situações que ocorriam a minha volta. A minha grande preocupação como recém adolescente, era mostrar que eu também sabia falar gírias, que eu também era da rua, que eu também tomava enquadro, que eu também era vitima de preconceitos e que eu também era marginalizado. No meu caso, era até uma questão de sobrevivência musical provar tudo isso. Por ter a pele clara, mesmo sendo um mestiço com genes africanos como todos os brasileiros, eu sofria muita discriminação no cenário. Alguns manos no começo, nem acreditavam que as letras eram criadas por mim. Felizmente, não demorei muito pra perceber a importância do que eu tinha em minhas mãos e o tamanho da missão que o moleque do cortiço havia recebido do destino. Aprendi, que o rap transcendia o Eduardo, os meus manos, a minha quebrada, era mais do que municipal, estadual ou continental, era universal. A percepção da magnitude da grandeza desse estilo musical inigualável, deu contornos finais ao homem que eu sou hoje. O rap me educou, o rap me conscientizou, o rap abriu as portas para a cultura marginal, aquela que contém o livro que nenhum professor te indica, o rap formou a minha personalidade e o meu caráter, o rap desabrochou a minha ideologia, o rap trouxe essa gana sufocante de tentar revolucionar o nosso estado de escravo funcional a todo custo, nem que seja com a própria vida.Eu posso afirmar sem medo de errar, que a única escola que eu tive durante toda a minha existência foi o rap. Dos meus doze anos de idade até hoje, tudo que eu fiz na minha vida estava linkado de alguma forma ao Ritmo e a Poesia dos guetos. Não sei pro mundo, mas pra mim, rap e Eduardo são sinônimos.
R.N.: Qual foi o último livro que você leu? Qual livro você acha que toda pessoa deveria ler?
EDUARDO: O último livro que eu li era a respeito de Karl Marx, se chamava o julgamento do século. Faz parte de uma coleção, onde vários personagens históricos, têm suas vidas profissionais e pessoais expostas para que o leitor possa fazer uma analise não só do mito, mas também do homem e tirar suas próprias conclusões. É bastante interessante. O trágico da história desse livro, não está em seu conteúdo e sim, na forma como ele veio parar em minhas mãos. Minhas filhas estudam na mesma escola. Uma escola publica no bairro do Grajaú, como se o rap permitisse o contrário. Nessa escola, tem uma biblioteca que deve estar em reforma a uns quatro anos. Por causa da reforma as crianças não podem ler. E o mais inacreditável, é que na biblioteca inoperante se encontram vários volumes de textos indigestos para os opressores. Que deveriam ser leitura obrigatória de todos às pessoas da periferia. De tanto as minhas filhas Duda e Gabriela insistirem que queriam ler, uma professora resolveu ajuda-las nessa perigosa empreitada. Então, de forma ilegal, ela traficou o livro de prateleiras empoeiradas direto pro interior da mochila de uma delas. O que possibilitou que o flagrante chegasse em minhas mãos. O foda é saber, que nem armas são criminalizadas dessa forma no ambiente escolar. Minhas filhas e a professora se fossem apanhadas provavelmente seriam torturadas e mortas por alguns gambés filhos da puta. É truta, não se espante, é só lembrar que durante a escravidão o homem negro que soubesse ler era morto. Informação é e sempre será proibida pro povo. Quem deve ter ficado muito espantado, deve ter sido o corpo docente da escola, quando minhas filhas reivindicaram o direito a posse de um livro. Eles devem ter se perguntado; Caralho! A onde foi que eu errei? Porque será que essas faveladas querem ler, se eu fiz de tudo pra que elas assistissem novela, programas de fofoca, ouvissem música sem ideologia e se contentassem em serem diaristas? Moral da história... Só um plano maquiavélico que objetiva a conservação, da imensa massa de manobra, explica a ação criminosa do Ministério da Educação, ao manter uma série de livros desperdiçados num depósito em detrimento de alunos que necessitam de informação e de acesso à história não oficial. Se o problema é o espaço físico, não seria simples leva-los as classes? Que burocracia estúpida é essa, que permite que crianças leiam apenas em determinado espaço. Será que se você não ler dentro de uma biblioteca, as informações não entram no seu cérebro? Isso, é só o aperitivo do ensino público que aprova alunos não por mérito, mas por freqüência escolar. Do ensino publico que dissemina o racismo, ensinando os alunos com material didático que exalta o europeu e inferioriza a ancestralidade africana e seus costumes. Do ensino público que aceita atitudes de discriminação. Crianças negras se tornam alvos de brincadeiras racistas, piadas racistas, atitudes racistas, e todos se omitem. Quando elas reclamam pros professores são aconselhadas a deixar pra lá, aceitar como se fosse natural ser colocado em situações vexatórias. Quando eu digo que temos que tomar o poder via congresso nacional, eu quero dizer que todos os dias os nossos filhos estão nas mãos dessas pessoas incapacitadas, que trabalham veementemente pra sua destruição. E alguns, marionetes dos boys, ainda falam que eu sou exagerado, que eu fantasio pra lucrar com o sangue, pra vender cd através da desgraça alheia. Será que é o Eduardo mesmo que lucra com o sangue derramado nas ruas? A respeito do livro que todas as pessoas deveriam ler, sem duvida nenhuma eu indico a biografia de Malcolm X. Lendo a história desse grande militante da causa negra, o leitor será capaz de perceber o quanto o acesso a leitura é transformador. Verá que não há vicio ou violência que resista a palavras num papel.
R.N.: Existem milhares de grupos de rap, espalhados pelo Brasil, que sonham em gravar um disco e fazer sucesso. Só que o sucesso chega para poucos. Qual recado você deixa para esses grupos?
EDUARDO: O que eu posso dizer é o seguinte; irmão, se o teu sonho é ser o popstar que por intermédio da música compra carros do ano, jóias, apartamentos, come uma pá de mina e tem uma vida glamurosa, esquece, que o seu caminho não é o rap. Agora se o teu propósito é elevar o nível cultural e social da sua gente, se teu sonho é mudar radicalmente a vida das pessoas enclausuradas nos campos de extermínio e nos campos de trabalhos forçados, demoro, pode colar que o rap é o seu lugar. Quanto mais manos nós tivermos, com doses cavalares de indignação no peito e de amor e preocupação com o próximo, mais forte nós estaremos, como músicos, como pessoas e como movimento. É importante salientar que o rap não se limita aos cantores, o que eu falei vale para o grafiteiro, para o parceiro que expressa a sua arte através do break, da pichação, da palestra, dos livros, dos toca discos. Ou até mesmo pros manos que não se manifestam politicamente ou artisticamente, mas agraciam a nossa cultura com um comportamento exemplar, digno de verdadeiros seguidores da ideologia revolucionária. O hip hop é igual coração de mãe, sempre caberá mais um, desde que seja um gladiador que deseja colar na arena pra fortalecer a corrente, pra viver por uma causa e morrer por ela. Não é mais brincadeira de adolescentes preocupados em demonstrar para o mundo, quem vive no bairro mais violento. O rap exige muito mais responsabilidade e bom senso do que talento. Chega de assassinar nossa gente com nossos exemplos errados. Uma pá de truta, acha que eu bato mó sujeira com os parceiros que se drogam. Eu não sou nada e nem ninguém pra julgar ou condenar quem tenta amenizar seu cotidiano desesperador através de substâncias alucinógenas e psicotrópicas. Eu não fumo, não cheiro e não bebo, mas, se eu tivesse esses vícios não seria uma pessoa inferior a quem eu sou hoje. O caráter de uma pessoa, não se mede pela quantidade de baseados ou pelas gramas de cocaína que ela usa, e sim, pelos seus atos. Todos são livres pra fazerem o que bem entenderem. O que eu repudio é usar essa liberdade tóxica e letal na frente das crianças. Os manos que cometem esse erro, tem de lembrar, que os moleques muitas vezes, não tem bons exemplos em casa, pra confrontar com os maus e fazer um equilíbrio, uma compensação. Nunca podemos esquecer, que esses meninos e meninas, na maioria das vezes não tem um pai e uma mãe com um livro na mão, e sim com um litro. Muitos não têm uma referência positiva a seguir. Muitos nem os pais conhecem, são criados por avós. Em grande parte, não estamos lidando com pessoas que abrem a porta de casa e encontram uma família estruturada e esclarecida, que mantêm conversas francas sobre os estragos provocados pelas drogas licitas e ilícitas. Se você acha que não tem nada de mal em enriquecer ainda mais os donos das plantações de coca, de papoula, os empresários da InBev e a família Morris, firmeza! Mais deixa pelo menos as nossas crianças formarem seu cérebro racional pra decidirem a respeito do assunto. Aqueles que derrepente, acharem que as minhas palavras são exageradas, podem traduzir a música Better Dayz do Tupac, pra conferir que o que eu estou tentando expressar é apenas um pensamento universal, de todo o mano preocupado com a sua gente.
R.N.: As grandes mídias, principalmente emissoras de televisão, aos poucos vem utilizando o rap na programação. São personagens de novela, mini-séries, entrevistas, entre outras formas. Você acha que isso pode ajudar ou prejudicar o rap nacional?
EDUARDO: Os benefícios ou prejuízos, dependem muito da maneira em que as pessoas em questão se portam, uma vez, imersos nesse espaço restrito, completamente proibido pra ideólogos. Corrupção moral na televisão é pleonasmo. Nos dias de hoje infelizmente, as portas são abertas apenas para os que querem se vender. Para os que querem reverberar as idéias embranquecidas dos inimigos. De qualquer forma, a nossa inclusão televisiva é mais do que tardia, afinal quem proporciona audiência para as emissoras é o povo carente de cultura. Quem consome os produtos anunciados nos comerciais somos nós. Então nada mais justo do que aqueles que sustentam esse mercado terem seus autênticos representantes na tela. Temos que lutar pra revertermos a injustiça e não pra sermos mais um no papel de escravo ou no papel de motorista. A representatividade do povo pobre fora das telas gira em torno dos 90%, então temos que brigar por essa quantia dentro dela. Eu não quero cota e nem esmola, eu quero o que é nosso por direito. Nós não estamos na Noruega, os brancos com olhos azuis representam uma parte ínfima da população, então, é obsceno que eles componham a parte majoritária dessa vertente da indústria do entretenimento. Cometemos o erro de abrir mão da tv muito cedo, antes mesmo de entender a sua importância. Fizemos o que o inimigo esperava, deixamos a tv pra ele. Pra que ele pudesse nos alienar, formar as nossas opiniões, crenças, religiões, para que ele nos transformasse em marionetes inanimados que não pensam. Apenas respiram, aceitam e sorriem, sem qualquer compreensão do que esta sendo empurrado goela a baixo, pelo portal maquiavélico acomodado na estante.
R.N.: O Brasil tem um presidente que nasceu pobre. O Estados Unidos um presidente que é negro. Isso significa poder para a minoria e melhora para o povo da periferia?
EDUARDO: Tanto o Lula, quanto o Barack Obama, eram sonhos de nações devastadas pelo ódio racial e social, freqüentemente disseminado pelos opressores, na promoção das suas lutas de classes. O Lula era e ainda é, a representação em carne viva do retirante nordestino, expulso de sua terra pela seca, pela falta de reforma agrária e pelas políticas da República Velha, que tanto beneficiaram o sudeste. Como todo bom favelado, eu me senti representado ao ver um homem que se assemelhava a mim ocupando o cargo mais importante do país. Com o tempo aprendi uma dura lição. Não adianta ter um de nós no poder com uma estrutura burguesa. Não adianta esse um dos nossos chegar ao topo financiado com o dinheiro de sangue da classe rica. Nessa circunstância, o máximo que os donos do passe do homem escolhido como salvador da pátria, permitem, é que ele nos dê algumas esmolas assistencialistas. E isso, para nos manter doentiamente felizes. E isso, de preferência em anos eleitorais. O boy permitirá que recebamos R$ 50,00, se em contra partida mantivermos nossos filhos na escola com sistema de aprovação automática. Ele concede R$50,00, apenas com a certeza que em troca receberá mais alguns semi-analfabetos. Nos deixará ter a tv de 29 polegadas, o carro financiado, mas, nunca o acesso às faculdades e aos melhores empregos. Foi foda aprender essa lição! Como todos, eu acreditava que quem mandava no país era o presidente e não o Congresso Nacional. Esses equívocos fazem parte da educação autodidata. Todos favelados esperavam que suas condições miseráveis de vida seriam prioridades do governo federal. Duramente constataram, que a exemplo de todos os presidentes passados, o foco presidencial eram os banqueiros, os industriais, os grandes empresários, enfim os investidores da candidatura. Com o passar dos anos, ficou claro, que o crescimento nacional estava atrelado ao crescimento global. Enquanto os chineses viviam a sua expansão econômica e os norte-americanos consumiam, nós crescíamos. Veio a crise mundial e o sonho acabou. Resumindo, o governo do metalúrgico, líder sindical, revolucionário esquerdista, foi tão corrupto e incompetente como qualquer outro governo burguês. Mas, foi absolutamente válido, pois nos trouxe esse aprendizado; não precisamos apenas de um presidente oriundo da favela, precisamos junto com ele, também de senadores, deputados federais, governadores, prefeitos, deputados estaduais e vereadores. Precisamos ter o controle total da máquina pública.
No caso do Barack Obama, eu fiquei muito feliz com a sua escolha. Enxerguei sua vitória como uma espécie de vingança das minorias discriminadas contra a praga do racismo. Uma desforra das nações subdesenvolvidas do planeta ao modelo branco europeu norte-americano. Foi um acontecimento histórico e inacreditável. Digno de um longa metragem, ainda mais, por ter ocorrido em um dos países mais preconceituosos do mundo. Não posso precisar, que se trata de um primeiro passo em direção a uma nova era, mas, é muito importante termos mais esse modelo de superação e conquista para nos espelharmos. A história de Obama é a prova de que podemos, se quisermos. Não vou mentir, eu tenho uma satisfação imensa ao pensar nos filhos da puta da Ku Klux Klan, nos cavaleiros da camélia branca e outros adoradores de Hitler sendo governados por um homem negro, filho de um queniano e de sobrenome árabe. Igual a todos no Brasil, eu cresci importando as histórias made in USA. Cresci cultuando ídolos como Malcolm X, Martin Luther King, panteras negras, Rosa Parks, etc. As lutas dessas pessoas pela igualdade racial, pelos direitos civis e o fim das leis segregacionistas, se tornaram lutas planetárias. Adotamos o desejo de liberdade do afro-americano e seu sonho de ver um homem não branco no posto mais cobiçado do planeta. Sendo assim, no dia que o Barack Obama discursou como o 44º presidente americano e 1º presidente negro da história sangrenta dos Estados Unidos, acredito que cada pessoa do mundo, que já foi vitima da omissão estatal ou de ações repressivas e discriminatórias governamentais, estava em espírito ao seu lado. Mas, de qualquer forma, é bom deixar uma coisa clara, o lucro que teremos com a vitória de Obama, na minha opinião, virá da força do exemplo. Como os americanos ditam as tendências globais, é certo que muitos copiaram a nova ordem. Alguns racistas a partir deste momento devem ter passado a pensar; se um negro é capaz de comandar o país mais importante da terra porque não ocupar cargos de alto escalão. Porque não exercer funções de controle, de responsabilidade e de grandes decisões? Agora, eu creio que não podemos nos iludir que a Obamania mudará a vida dos afro-brasileiros nos morros e nas periferias. O fim do apartheid na África do sul e a eleição de Mandela pra mim foram mais significativos, e mesmo assim não tiveram tal êxito. È um erro na minha visão pensarmos que a partir de agora os problemas de outros povos serão tratados como problemas da Casa Branca. A política capitalista norte-americana consiste apenas numa coisa; manter a hegemonia planetária. Barack Obama não foi eleito para mudar o fanatismo local por poder ou para abrir mão da supremacia. Os americanos, para manter o status de potência militar, econômica, tecnológica e industrial, assim como na era Bush, continuarão financiando guerras, ditaduras, tiranos, pilhando povos, usurpando riquezas e dizimando milhares de opositores.
R.N.: O sistema carcerário está super lotado. As ações em segurança pública são um verdadeiro fracasso. O governo e a sociedade investem mais no combate à violência do que em educação. Na sua opinião, porque as ações do governo não surtem efeito? O que precisa ser feito para reverter esse quadro?
EDUARDO: Creio que na formulação de sua pergunta já foi dada a resposta. Não precisamos de mais arsenais bélicos, de mais celas de segurança máxima e de mais tropas de homicidas carniceiros, precisamos de arsenais de livros, classes de excelência máxima e de tropas de professores por vocação. Digo por vocação, porque aqui, é bastante comum, as pessoas se tornarem educadores porque o magistério é um dos cursos universitários mais baratos. No Brasil, existe uma grande deturpação do termo; investimento social. Políticas sociais, significam apenas manutenção da ordem através do uso da força. Os gestores do dinheiro público, nunca tiveram o crescimento cultural e financeiro do povo como prioridades. A meta pessoal das amebas governistas, sempre foi usar os cargos que ocupam como balcões de negócios. Não é por acaso, que somos um dos países mais corruptos do mundo! Esses psicopatas, não subiram em palanques e mendigaram votos, com a singela intenção de diminuir as estáticas de violência através de ações humanitárias. O jargão; “MEU POVO”, que usam nas campanhas eleitorais, não incluem os habitantes das favelas. A única diferença que fazemos vivos ou mortos, é que, quando vivos estamos dentro das estáticas da miséria, e quando mortos, dentro das estatísticas dos assassinados. As mãos que os alimentam, não se importam com as lágrimas das áreas carentes, ao contrário, exigem medidas de segurança que produzam limpezas étnicas e sociais, justamente nesses pontos geográficos. Não querem uma sociedade pacifica, querem que os moradores dos condomínios de alto padrão tenham uma vida tranqüila. Desta forma, explica-se porque ao invés de tentarem alcançar a paz, por meio da geração de condições básicas de subsistência digna para todos, (o que seria no mínimo mais inteligente) os políticos insistem em abolir a criminalidade, acuando cidadãos pobres em senzalas modernas. Insistem em abolir a criminalidade, aprisionando em masmorras ou eliminando aqueles que se opõem às regras do jogo. Concluindo; estamos sendo afogados num dilúvio de sangue porque os três setores; governo, empresas privadas e sociedade civil burguesa, preferem investir em repressão, em violência e não em educação. Claro, que existem ações mais imediatistas que devem ser postas em prática antes de aculturação total da nação. Você não pode matar a fome daquele que está faminto com um livro didático ou de auto-ajuda. Nem dar um caderno pra um desabrigado e esperar que ele o use como telhado para se proteger da tempestade. Só que é o seguinte; mesmo que seja sanado o déficit habitacional e mesmo que todas as crianças com inanição sejam alimentadas, sem educação, nunca deixaremos nosso estado de país subdesenvolvido do 3º mundo. E porque será que nos privam da educação se ela representa o progresso da população de forma generalizada? Burrice? Negativo! È bíblico, nem Deus quis dividir o conhecimento. Por tanto conhecimento significa poder, significa ser o Deus de seu mundinho. Ninguém quer dividir o poder. Educação representa; eleitores que sabem votar e cobrar. Educação representa; pessoas que não se submetem às ações estatais arbitrárias pacificamente. Educação representa; protesto, reivindicações e busca desenfreada pela cidadania. O atual quadro social, é mais do que conveniente para esses sádicos tirânicos. O povo conhece os seus deveres e obrigações, mas, desconhece inteiramente os seus direitos. O povo se quer sente a necessidade de ter representantes genuínos na política. A educação criminosa, nos doutrinou desde cedo a crer que política é coisa de boy. Somos apolíticos sem compreendermos a necessidade da politização. Fomos educados, adestrados e manipulados, para sermos escravos funcionais. Para sermos a mão de obra da linha de produção do inimigo. O Brasil está condenado ao fracasso, porque, um país só cresce, quando investe no seu povo, do mais pobre ao mais rico. Um povo beneficiado por políticas públicas, que visam alcançar a justiça social não lota presídios ou cemitérios. Enquanto caminharmos contra essa lógica primária, viveremos eternamente em combate. Atualmente, não há planos governamentais de inclusão. O sistema carcerário é pautado na vingança social, não existe para com o preso, o desejo da sociedade em relação a sua ressocialização. O preso que se regenera o fez, não pelo o Estado, o fez apesar do Estado. As favelas são criminalizadas, mesmo tendo comprovadamente apenas 1% de sua população na criminalidade, e isso, para que as ações de extermínio nos morros e bairros periféricos sejam legitimadas e aceitas. Crianças, que poderiam no futuro concretizar o sonho nacional de potência mundial, estão abandonadas nas ruas, estão fumando crack em plena luz do dia, estão engravidando e gerando a próxima geração de abandonados. Esses são apenas alguns exemplos que demonstram a falta de vontade política dos porcos que estão no poder, dizendo que representam nossos interesses. Não é interessante para o playboy educar seus adversários. É mais lucrativo mantê-los calmos a base de quilos de pólvora, esperando o milagre que os pastores e padres em troca de algumas oferendas, dizem que Deus um dia nos enviará. Concluindo, para modificar a atual conjuntura genocida, precisamos de homens públicos que coloquem a educação das escolas dos bairros pobres como primeiro item da lista de emergências.
R.N.: Qual o foco das suas letras? Quando você escreve que tipo de mensagem tenta passar para o público?
EDUARDO: O foco das minhas letras é o povo da periferia e a injustiça social que assola a todos nós. A mensagem que tento transmitir aos que me ouvem; é que esta mais do que na hora de abolirmos o conformismo, a alegria burra e o pacifismo pré-fabricado por nossos tutores. Chega de nos contentarmos em manusear vassouras e pistolas. Quero que os meus manos desejem o topo, o alto escalão, das empresas e dos poderes públicos. Mas, que desejem tudo isso, compreendendo que podem. Desde o berçário nos adestraram para entender que o nosso lugar é na cozinha. Negativo! Meu rap tenta ser a borracha que apaga essa maldita lenda urbana. Esse folclore estúpido. Ser controlado não é nosso estado natural como seres humanos. Não existe supremacia branca ou burguesa. Não carregamos genes de inferioridade. Não somos as presas da cadeia alimentar. Não viemos ao mundo para servir o patrão branco. Somos a maioria e devemos nos portar como tal. A revolta deve estar obrigatoriamente em nosso dia a dia, no trabalho, na escola, nos momentos de diversão, nos momentos de reflexão e nos momentos raros de alegria. Nos ensinaram, que o homem contente é inteligente e que o revoltado e revolucionário é violento e inconseqüente. Por enquanto, eu posso provar que uma legião de robôs feliz produz apenas aquilo que a classe AAA deseja. Os que me criticam não podem afirmar quais seriam as conseqüências da nação de inconformados que eu tanto sonho em ver.
R.N.: Fale sobre a importância do Portal Rap Nacional, e agora da Revista Rap Nacional, para o fortalecimento do movimento.
EDUARDO: O Portal Rap Nacional, assim como a Revista Rap Nacional, são ferramentas de suma importância para a difusão da verdadeira ideologia da cultura Hip Hop. São peças fundamentais, para compor o cordão de resistência contra a ditadura burguesa em relação à informação. Como todos os verdadeiros rapper´s que estão nas trincheiras, tanto o site, quanto a revista, tem a missão fundamental, não, de formar opiniões, mas de criar cidadãos pensantes, livres para que eles sim, formem seus conceitos e idéias a respeito da sociedade tirânica e racista, chamada de Estado Democrático de Direito, a qual, eles infelizmente são pertencentes. Somos negros, somos brancos, somos mestiços, somos favelados, somos periféricos, não podemos renegar nossas raízes, não podemos renegar a nossa luta. Parabéns ao Portal e Revista Rap Nacional e a todos os guerreiros e guerreiras, que fazem parte desse exército de excluídos sociais, que através da inteligência, criatividade e perseverança se auto incluíram num movimento chamado Hip Hop. Paz a todos que mesmo sob as balas da policia e as criticas das marionetes dos playboys, tremulam com coragem essa bandeira. Tenha certeza irmão e irmã, você é a continuação de Gandhi, de Malcolm X, de Oscar Schindler e de tantos outros, que fizeram as bestas de suas épocas dobrarem os joelhos com seus atos de bravura em pró da humanidade.
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